sexta-feira, 30 de junho de 2017

Pai e mãe.

Depois de quatro anos sem meu pai e um ano sem minha mãe eu me aceitei órfã. Fui até a casa deles e embalei pacotes de uma partilha que combinei com meus irmãos. Eram metros de saco bolha que embrulhavam lembranças de uma vida feliz que compartilhamos. Entre sorrisos e lágrimas eu já não sentia mais a presença deles naquela casa onde tantas vezes brindamos aniversários e outras datas tão importantes. Quantas risadas, casos, visitas, amigos, parentes, quantas fotos, músicas, quadros. As paredes parecem guardar a memória de cada minuto de alegria. Vida que segue e saudade que eterniza, eu acredito que o único consolo é saber que fomos muito felizes e sabíamos disso.

Denise Portes

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